“Segurança Psicológica Organizacional: Como Alcançar?”
Segurança psicológica nas organizações, como alcançar?
Nos últimos meses temos acompanhado o aumento das notícias relacionadas à segurança psicológica dos/as trabalhadores/as (por conta das alterações propostas pela NR-1) e dos motivadores que ocasionam aumento nas taxas de adoecimento psicológico/emocional em decorrência das ações laborais. Estatísticas preocupantes têm levantado um alerta sobre como estamos lidando com a saúde mental e excessos trazidos pela pós-modernidade, associadas às preocupações envolvidas com a centralidade do trabalho em nossas vidas.
Dados da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) mostram que “em 2019, quase um bilhão de pessoas – incluindo 14% dos adolescentes do mundo – viviam com um transtorno mental. O suicídio foi responsável por mais de uma em cada 100 mortes e 58% dos suicídios ocorreram antes dos 50 anos de idade. Os transtornos mentais são a principal causa de incapacidade, causando um em cada seis anos vividos com incapacidade. Pessoas com condições graves de saúde mental morrem em média 10 a 20 anos mais cedo do que a população em geral, principalmente devido a doenças físicas evitáveis. O abuso sexual infantil e o abuso por intimidação são importantes causas da depressão. Desigualdades sociais e econômicas, emergências de saúde pública, guerra e crise climática estão entre as ameaças estruturais globais à saúde mental”.
Qual o impacto dessas altas estatísticas de adoecimento na qualidade de vida da maior parte da população e na sustentação e sobrevivência das empresas com dificuldades para contratação e retenção de profissionais, que muitas se esquecem: são feitas por pessoas, é algo que precisamos voltar a questionar para além da realização de diagnósticos, propondo intervenções práticas e realmente efetivas.
O que muda com a nova NR-1?
Segundo o portal Migalhas a NR-1 “atualizada pela portaria MTE 1.419/24, a NR-1 trouxe mudanças significativas para a gestão da SST – segurança e saúde no trabalho, sendo o principal avanço a ampliação do escopo do PGR – programa de gerenciamento de riscos, que passa a incluir fatores psicossociais como elementos obrigatórios de identificação, registro e monitoramento, dentre os fatores que devem ser observados e mitigados pelas empresas estão:
- Estresse ocupacional crônico;
- Síndrome de Burnout;
- Assédio moral;
- Carga mental excessiva;
- Isolamento no ambiente de trabalho;
- Exigência de hiperconectividade.
Esses elementos, antes frequentemente negligenciados, agora fazem parte do rol de riscos ocupacionais reconhecidos pela legislação trabalhista, exigindo ações preventivas e corretivas por parte das organizações”.
Segurança psicológica
Segundo Edmondson (2020), especialista na área organizacional, segurança psicológica é definida como “a crença de que o ambiente de trabalho é seguro para correr riscos interpessoais, refere-se à experiência de se sentir capaz de expressar-se com ideias relevantes, perguntas e preocupações, presente quando os/as colegas confiam uns/umas nos/as outros/as, respeitam-se e se sentem capazes – mesmo obrigados/as – de serem francos/as.
Clark (2023) complementa que “a segurança psicológica segue uma progressão baseada na sequência natural das necessidades humanas. Em primeiro lugar, os seres humanos querem ser incluídos. Em segundo lugar, querem aprender. Terceiro, eles querem contribuir. E, finalmente, querem desafiar o status quo quando acreditam que as coisas precisam mudar. Esse padrão é consistente em todas as organizações e unidades sociais”.
Ambientes que não fomentam e validam inclusão, respeito às diferenças e abertura ao diálogo, remuneração justa e desenvolvimento pessoal e profissional constante ocasionam adoecimento, a partir de um ambiente de insegurança psicológica que limita o desenvolvimento humano de seus colaboradores e por conseguinte o crescimento organizacional, já que o desenvolvimento pessoal está intimamente atrelado ao desenvolvimento organizacional.
Propostas interventivas… indo além das pesquisas de clima
Inicialmente, para além das pesquisas de clima, há que se identificar (qualitativamente com pesquisa de campo, avaliação individual e escuta ativa) a percepção dos/as profissionais em relação a seu ambiente de trabalho, vida pessoal, qualidade das relações interpessoais e com as lideranças, a fim de compor um plano de ação interventivo realista, eficiente e multidimensional, já que o adoecimento físico e mental é multifatorial.
Proporcionar um Treino de Habilidades Socioemocionais capaz de auxiliar os/as profissionais no desenvolvimento de estratégias de enfrentamento frente às mudanças e demandas rotineiras, no emprego da comunicação assertiva – que melhora as relações interpessoais e o exercício da autorregulação emocional em momentos de crise – são algumas das ações que as organizações precisam e devem fomentar e investir em seus/suas colaboradores/as.
O THS (Treino de Habilidades Socioemocionais baseado na DBT – Dialectical Behavior Therapy) – THS/DBT/YBRIDA® – foi criado especialmente para auxiliar sua organização neste desafio.
Contate-nos para saber mais sobre nosso método de avaliação e intervenção completo, que compõe: sensibilização, reflexão, conscientização, responsabilização e ação dos envolvidos no processo de melhoria contínua, com foco no desenvolvimento da segurança psicológica de sua equipe e organização.
Equipes mais conscientes de seu papel nocivo nas relações interpessoais são capazes de reduzir danos e possibilitar a construção de formas mais saudáveis e conscientes de se relacionar em grupo.
CLARK, T.R. Os 4 estágios da segurança psicológica: definindo o caminho para a inclusão e a inovação. São Paulo: Alta Books, 2023;
EDMONDSON, A.C. A Organização Sem Medo: Criando Segurança Psicológica no Local de Trabalho para Aprendizado, Inovação e Crescimento. Rio de Janeiro: Alta Books, 2020;
LINEHAN, M.M. Treinamento de Habilidades em DBT: Manual de Terapia Comportamental Dialética para Terapeuta. 2ªed. Porto Alegre. Artmed, 2018;
McKAY, M., WOOD, J.C, BRANTLEY, J. Terapia Comportamental Dialética: Livro de Atividades. Rio de Janeiro: Sextante, 2023.
https://www.paho.org/pt/noticias/17-6-2022-oms-destaca-necessidade-urgente-transformar-saude-mental
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Fonte da imagem: Canva