“Prefiro que fique MAL E PERTO do que BEM E LONGE”
“Prefiro que fique MAL E PERTO do que BEM E LONGE”
“Cuidado”, contém questões polêmicas…
Lendo hoje um post da amiga e jurista Luciana Dadalto me recordei de questões importantes que se dão nas construções familiares, em outras já presenciadas, e do filme “Álbum de Família” (2013), que retrata alguns “dramas” com maestria… Vejamos… No post há menção sobre uma mãe que pede aos médicos que estão cuidando de seu filho (em irreversibilidade de quadro clínico) ‘NÃO DEIXEM DE TENTAR ‘RESSUSCITÁ-LO’ …’ “Deixem-no aqui perto, mesmo que não esteja bem”, no fundo é o pedido da mãe em sofrimento intenso…
Vou levar este exemplo para outras reflexões…
Um(a) paciente qualquer em um dia qualquer ouve de um(a) familiar: “prefiro você perto de nós e mal do que longe de nós e bem”… Há algo em comum nestas situações? Como ocorre nossa construção familiar /afetiva brasileira, em que falas desse tipo sejam “naturalizadas”? Como ela interfere em quem somos e em como vivemos nossas relações familiares e extra familiares? Como se sentiria se ouvisse um relato desse tipo?
Vejamos…
O filme “Álbum de Família” (2013) descreve episódios bastante “comuns” em nosso cotidiano familiar (com maior, ou menor dramaticidade) em que uma família disfuncional tenta se apoiar e auxiliar pais (especialmente a mãe) cujo comportamento mostra-se bastante violento e agressivo (sádico até) com suas filhas…não aceitando formas de ajuda sugeridas… Vocês vão pensar: mas são pais (mãe), temos que tolerar, temos que ser pacientes e “manter nossa submissão” a eles em qualquer circunstância….
Questões….
1. Qual a “lógica afetiva” por trás de relações familiares nocivas e abusivas? .
2. Qual o nível de tolerância à agressividade e “sadismo” que pais e mães podem exercer perante filhas e filhos, e a ser tolerado em uma existência?
3. Mães e pais podem FAZER MAL A SEUS FILHOS e FILHAS?
4. Onde está o “amor parental incondicional” nas questões supracitadas?
5. Na cultura do patriarcado pais (e mães) decidem o que será de nós quando não podemos mais fazê-lo. Nessa construção social sádica e egocêntrica “nosso” melhor nem sempre é respeitado, haja vista que QUEM SABE NO PATRIARCADO É O PAI (ou a figura de referência do OUTRO que sabe mais sobre você do que você mesmo(a)).
6. Quais as repercussões dessa construção familiar nas decisões de fase final de vida/terminalidade, por exemplo?
“Assujeitamento é o “modelo” de construção familiar e cultural do patriarcado, está enraizado em nossa forma de ser e viver. Enquanto não questionarmos esse “modelo” ele DITARÁ AS REGRAS SOBRE NOSSA EXISTÊNCIA. Ele é causador de enorme ADOECIMENTO EMOCIONAL, pois não há saúde mental sem um ‘sujeito desejante’.” Por que será que volta e meia a DITADURA entra no circuito discursivo coletivo e político no Brasil?
Quem DITA na DITADURA certamente não é você!
O que você pensa a respeito deste assunto tão polêmico?
Referências
LRNER, G. A criação do patriarcado. São Paulo: Ed. Cultrix, 2019.
BOURDIEU, P. A dominação masculina. 18ª ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2020
Busque autoconsciência!
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#despertandoaconsciencia
Fonte da imagem: Canva