Muito se fala sobre assédio moral, mas caso o sofresse conseguiria identificá-lo? No que isso implica em sua saúde mental? Vejamos. Nos ambientes organizacionais muitas vezes as relações se misturam e se confundem propiciando atos de “agressão” que podem passar despercebidos e, a médio e longo prazo, gerar desordens emocionais sérias.
Assédio moral pode também ser chamado de humilhação no trabalho ou terror psicológico e acontece quando se estabelece uma hierarquia autoritária, que coloca o subordinado em situações humilhantes. Ocorre quase de maneira clandestina e por isso de difícil diagnóstico, levando à necessidade de estar atento e informado a respeito de seus significados e suas formas de apresentação.
Na prática ele se apresenta das seguintes formas:
- Isolá-lo dos demais colegas;
- Impedi-lo de se expressar sem justificativa;
- Fragilizá-lo, ridicularizá-lo, o menosprezando na frente dos colegas;
- Chamá-lo de incapaz;
Podendo:
- Torná-lo emocionalmente e profissionalmente abalado, o que leva a perder a autoconfiança e o interesse pelo trabalho;
- Propenso à doenças;
- Forçado a pedir demissão.
Citamos também algumas situações que podem identificar o agressor, podendo ser um chefe ou superior na escala hierárquica, colegas de trabalho, um subordinado para com o chefe ou o próprio empregador (em casos de empresas de pequeno porte):
- Comporta-se através de gestos e condutas abusivas e constrangedoras;
- Procura inferiorizar, amedrontar, menosprezar, difamar, ironizar, “dar risinhos”;
- Faz brincadeiras de mau gosto;
- Não cumprimenta e é indiferente à presença do outro;
- Solicita execução de tarefas sem sentido e que jamais serão utilizadas;
- Controla (com exagero) o tempo de idas ao banheiro;
- Impõe horários absurdos de almoço, etc.
A psicóloga francesa Marie-France Hirigoyen, autora de um estudo sobre o assunto, acredita que a punição ao assédio moral ajudaria a combater o problema, pois “imporia um limite ao indivíduo perverso”, assim como a Dra. Margarida Barreto, autora de tese em psicologia social pela PUC – SP, que constatou que a ação do chefe que humilha seus subalternos é mais prejudicial à saúde do que se imagina, pois a exposição do trabalhador a frequentes situações de humilhação pode causar-lhe doenças acentuadas, culminando inclusive com tentativas ou pensamentos suicidas como manifestações explosivas das emoções arquivadas, já que o assédio moral fere a dignidade e é percebido pelos que sofrem como fracasso e incapacidade.
Tais atos são mais comuns do que imaginamos e precisam de diagnóstico precoce para se evitar maiores problemas tanto para o indivíduo quanto para a organização em que o assédio ocorre. Ações de educação, prevenção e promoção de saúde mental e emocional podem minimizar danos. Contamos com especialistas qualificados para ajudar você e sua empresa com as melhores soluções para estas e outras demandas pessoais e organizacionais.
Daniela Bernardes
Psicóloga e Psicoterapeuta
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